Padre Brendan Coleman Mc Donald
Freqüentemente os membros da Igreja Católica são acusados de adorar imagens. Os acusadores afirmam que a bíblia proibiu fazer imagens. De fato, Deus não proibiu fazer imagens, mas, sim, ídolos. Há uma grande diferença entre imagens e ídolos. Uma imagem é a representação de um ser em seu aspecto físico como, por exemplo, uma fotografia, uma estátua, uma pintura, um monumento etc. Já um ídolo é um falso deus, inventado pela fantasia humana como, por exemplo, a lua, um animal, o mar, esculturas etc.
Adorar é o ato de considerar Deus como único Criador e Senhor do mundo. Os católicos podem adorar somente a Deus e mais ninguém, porque acreditamos que Deus é o Criador e Senhor do mundo. Porém, adorar e venerar são coisas bem diferentes. Venerar para os católicos é imitar, honrar, louvar, mas não adorar. Os católicos veneram a Virgem Maria e os santos considerados como modelos na fé e na caridade e suas virtudes merecem ser imitadas por nós.
No Livro de Êxodo (20, 1-5) encontramos o seguinte texto: "Eu sou o Senhor teu Deus. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagens de escultura nem figura alguma do que está no céu ou embaixo sobre a terra ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto. Eu sou o Senhor teu Deus, um Deus zeloso".
Deus proibiu a fabricação de imagens de ídolos (falsos deuses) para serem colocados no lugar do Deus verdadeiro, que é o Deus único e verdadeiro. Deus comunicou essa mensagem ao seu povo porque o povo hebreu naquela época estava cercado de povos que adoravam ídolos ou falsos deuses e Ele não queria que seu povo seguisse seus maus exemplos.
O que poucos sabem é que Deus realmente mandou fazer imagens! Obviamente quando as imagens não são para serem adoradas em lugar de Deus.
Vejam os seguintes textos bíblicos:
"O Senho r disse a Moisés: 'Farás igualmente dois querubins de ouro para serem soldados nas duas extremidades do propiciatório. Faze um querubim em uma extremidade e outro querubim na outra extremidade. Os querubins estenderão suas asas por cima, para com elas protegerem o propiciatório. Eles estarão face a face e olharão para o propiciatório. Porás o propiciatório sobre a arca e, dentro dela, o Documento que te hei de dar". (Ex 25, 18-22).
"Na câmara sagrada, ele fez dois querubins em madeira de oliveira" (1Rs 6, 26).
"Todas as paredes do templo em redor eram entalhadas com figuras de querubins e palmas" 1Rs 6, 29).
"O Senhor disse a Moisés: faze uma serpente de bronze e fixa-a numa haste.." (Nm 21.8).
Há várias outras citações possíveis neste sentido como, por exemplo, Sb 16, 5-8; Ez 41, 18; 1Rs 7, 29 etc.
Através desses textos da sagrada Bíblia é claro que Deus além de não proibir fazer imagens ordenou sua fabricação. Essas imagens não foram ídolos. Não f oram falsos deuses exigindo adoração. É vital entender que as imagens usadas pela Igreja Católica também não são ídolos.
Os católicos não adoram imagens, somente adoram Deus. É óbvio que esculturas de madeira, fotografias, imagens de aço, pinturas, estátuas e monumentos etc. que usamos não são ídolos e não são adorados. As imagens da Virgem Maria, mãe de Jesus, e dos santos são iguais, por exemplo, aos monumentos construídos em memória aos heróis nacionais, ou fotografias de membros de uma família. Recordam as pessoas ou eventos representados, suas virtudes e boas qualidades, mas, obviamente, não são adoradas. Católicos usam imagens de Maria e dos santos para recordar suas santas vidas, suas virtudes, suas boas qualidades, seus exemplos de vida etc.
Em nossas orações a Maria e aos santos, freqüentemente, usamos expressões como: "ajoelhar-se" ou "prostrar-se". Expressões como essas não significam adoração, mas, sim, veneração, respeito, admiração, homenagem ou simples mente saudações. Podemos verificar isso em textos bíblicos como os seguintes: Ex 18, 7; Gn 27, 29 1Rs 1, 16-22 etc.
Católicos acreditam que Maria e os santos estão no céu e, portanto, são amigos especiais de Deus. Como tais, podem interceder ou pedir a Deus em nosso favor. Como Maria pediu a Jesus para ajudar os noivos em Caná e, atendendo a seu pedido, Ele realizou seu primeiro milagre, acreditamos que no céu ela pode continuar fazendo a mesma coisa em nosso favor (Jo 2, 1-12).
O Catecismo da Igreja Católica (CIC), falando sobre Maria afirma: "Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas por sua múltipla intercessão prossegue em granjear-nos os dons da salvação eterna" (CIC 696). Em Atos 3,8 Pedro, em nome de Jesus, curou um aleijado deixando o mesmo andar. Acreditamos que hoje São Pedro pode continuar a fazer a mesma coisa intercedendo por nós.
Cito novamente o Catecismo da Igreja Católica: "As testemunhas que nos precederam no Reino" (Hb 12,1), especialmente as que a Igreja reconhece como 'santos', participam da tradição viva da oração, pelo exemplo modelar de sua vida, pela transmissão de seus escritos e pela sua oração hoje. Contemplam a Deus, louvam-no e não deixam de velar por aqueles que deixaram na terra. Entrando 'na alegria' do Mestre, eles foram 'postos à frente de muito' (Mt 25, 21).
A sua intercessão é o mais alto serviço que prestam ao plano de Deus. Podemos e devemos pedir-lhes que intercedam por nós e pelo mundo inteiro" (CIC 2683).
Portanto, católicos não adoram imagens. Adoram Jesus, o único intercessor entre nós e o Pai. Veneramos, imitamos, honramos e louvamos a Virgem Maria, Mãe de Jesus, e os santos porque são nossos modelos na fé e na prática de caridade. Acreditamos que eles podem interceder por nós junto a Deus.
Padre Brendan Coleman Mc Donald é redentorista e professor-doutor na UFC.
Fonte: www.cnbb.org.br
Adorar é o ato de considerar Deus como único Criador e Senhor do mundo. Os católicos podem adorar somente a Deus e mais ninguém, porque acreditamos que Deus é o Criador e Senhor do mundo. Porém, adorar e venerar são coisas bem diferentes. Venerar para os católicos é imitar, honrar, louvar, mas não adorar. Os católicos veneram a Virgem Maria e os santos considerados como modelos na fé e na caridade e suas virtudes merecem ser imitadas por nós.
No Livro de Êxodo (20, 1-5) encontramos o seguinte texto: "Eu sou o Senhor teu Deus. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagens de escultura nem figura alguma do que está no céu ou embaixo sobre a terra ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto. Eu sou o Senhor teu Deus, um Deus zeloso".
Deus proibiu a fabricação de imagens de ídolos (falsos deuses) para serem colocados no lugar do Deus verdadeiro, que é o Deus único e verdadeiro. Deus comunicou essa mensagem ao seu povo porque o povo hebreu naquela época estava cercado de povos que adoravam ídolos ou falsos deuses e Ele não queria que seu povo seguisse seus maus exemplos.
O que poucos sabem é que Deus realmente mandou fazer imagens! Obviamente quando as imagens não são para serem adoradas em lugar de Deus.
Vejam os seguintes textos bíblicos:
"O Senho r disse a Moisés: 'Farás igualmente dois querubins de ouro para serem soldados nas duas extremidades do propiciatório. Faze um querubim em uma extremidade e outro querubim na outra extremidade. Os querubins estenderão suas asas por cima, para com elas protegerem o propiciatório. Eles estarão face a face e olharão para o propiciatório. Porás o propiciatório sobre a arca e, dentro dela, o Documento que te hei de dar". (Ex 25, 18-22).
"Na câmara sagrada, ele fez dois querubins em madeira de oliveira" (1Rs 6, 26).
"Todas as paredes do templo em redor eram entalhadas com figuras de querubins e palmas" 1Rs 6, 29).
"O Senhor disse a Moisés: faze uma serpente de bronze e fixa-a numa haste.." (Nm 21.8).
Há várias outras citações possíveis neste sentido como, por exemplo, Sb 16, 5-8; Ez 41, 18; 1Rs 7, 29 etc.
Através desses textos da sagrada Bíblia é claro que Deus além de não proibir fazer imagens ordenou sua fabricação. Essas imagens não foram ídolos. Não f oram falsos deuses exigindo adoração. É vital entender que as imagens usadas pela Igreja Católica também não são ídolos.
Os católicos não adoram imagens, somente adoram Deus. É óbvio que esculturas de madeira, fotografias, imagens de aço, pinturas, estátuas e monumentos etc. que usamos não são ídolos e não são adorados. As imagens da Virgem Maria, mãe de Jesus, e dos santos são iguais, por exemplo, aos monumentos construídos em memória aos heróis nacionais, ou fotografias de membros de uma família. Recordam as pessoas ou eventos representados, suas virtudes e boas qualidades, mas, obviamente, não são adoradas. Católicos usam imagens de Maria e dos santos para recordar suas santas vidas, suas virtudes, suas boas qualidades, seus exemplos de vida etc.
Em nossas orações a Maria e aos santos, freqüentemente, usamos expressões como: "ajoelhar-se" ou "prostrar-se". Expressões como essas não significam adoração, mas, sim, veneração, respeito, admiração, homenagem ou simples mente saudações. Podemos verificar isso em textos bíblicos como os seguintes: Ex 18, 7; Gn 27, 29 1Rs 1, 16-22 etc.
Católicos acreditam que Maria e os santos estão no céu e, portanto, são amigos especiais de Deus. Como tais, podem interceder ou pedir a Deus em nosso favor. Como Maria pediu a Jesus para ajudar os noivos em Caná e, atendendo a seu pedido, Ele realizou seu primeiro milagre, acreditamos que no céu ela pode continuar fazendo a mesma coisa em nosso favor (Jo 2, 1-12).
O Catecismo da Igreja Católica (CIC), falando sobre Maria afirma: "Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas por sua múltipla intercessão prossegue em granjear-nos os dons da salvação eterna" (CIC 696). Em Atos 3,8 Pedro, em nome de Jesus, curou um aleijado deixando o mesmo andar. Acreditamos que hoje São Pedro pode continuar a fazer a mesma coisa intercedendo por nós.
Cito novamente o Catecismo da Igreja Católica: "As testemunhas que nos precederam no Reino" (Hb 12,1), especialmente as que a Igreja reconhece como 'santos', participam da tradição viva da oração, pelo exemplo modelar de sua vida, pela transmissão de seus escritos e pela sua oração hoje. Contemplam a Deus, louvam-no e não deixam de velar por aqueles que deixaram na terra. Entrando 'na alegria' do Mestre, eles foram 'postos à frente de muito' (Mt 25, 21).
A sua intercessão é o mais alto serviço que prestam ao plano de Deus. Podemos e devemos pedir-lhes que intercedam por nós e pelo mundo inteiro" (CIC 2683).
Portanto, católicos não adoram imagens. Adoram Jesus, o único intercessor entre nós e o Pai. Veneramos, imitamos, honramos e louvamos a Virgem Maria, Mãe de Jesus, e os santos porque são nossos modelos na fé e na prática de caridade. Acreditamos que eles podem interceder por nós junto a Deus.
Padre Brendan Coleman Mc Donald é redentorista e professor-doutor na UFC.
Fonte: www.cnbb.org.br