A última segunda-feira do mês chegou cheia de comemorações e expectativas. Ontem, 30 de junho de 2008, foi o dia do aniversário de dom José Cardoso Sobrinho. Setenta e cinco anos de vida. Dia de festa junto aos fiéis e de "parabéns" cantado diversas vezes, com direito a bolo na Cúria Metropolitana. Mas ontem também foi dia de cumprir uma regra da Igreja Católica, prevista no Código de Direito Canônico. O arcebispo de Olinda e Recife sabia que ao completar 75 anos precisaria enviar uma carta de renúncia ao cargo, atitude que, na manhã de ontem, ele garantiu tomar até o fim do dia.
O destino da carta é a nunciatura apostólica, uma espécie de embaixada do Vaticano, que fica em Brasília. De lá, o documento seguirá para Roma. A palavra final é do papa Bento 16. Ainda não se sabe se a renúncia será aceita de imediato, nem quando e quem irá substituir dom José na arquidiocese. "Dom Helder Camara também renunciou ao completar 75 anos, no dia 7 de fevereiro de 1984. Mas a renúncia dele só foi aceita um ano e três meses depois. Só perco o título quando chegar a resposta", explicou.
O arcebispo até pode sugerir um nome, mas a opinião dele tem peso igual às dos bispos e padres que serão consultados no processo de escolha do seu sucessor. Ao final, uma lista tríplice será formada e enviada para Roma. A única coisa que o arcebispo disse ter certeza é que, após a renúncia ser aceita, não ficará na área que compõe a arquidiocese de Olinda e Recife, formada por 20 municípios. "Quero que meu sucessor encontre caminho livre para escolher seu estilo", garantiu. Dom José falou que pode escolher morar em qualquer convento da Ordem Carmelita do mundo.
No domingo, o arcebispo comemorou o aniversário antecipadamente com a família reunida em um almoço. Ontem, dom José parecia tranqüilo. Com sorriso no rosto, conversou com fiéis e amigos que compareceram à Cúria para a missa de ação de graças que ele mesmo presidiu. Até brincou. Quando questionado sobre quando escreveu a carta-renúncia, disse que não precisava de muito tempo. Que bastavam 15 minutinhos.
Se esse é o momento dele se afastar? Dom José disse que tem convicção que sim. "A lei é feita para o bem da Igreja", disse. O arcebispo não quis avaliar os 23 anos que está à frente da arquidiocese. Antes de vir para o Recife, dom José era bispo em Paracatu, Minas Gerais, de onde não queria sair. Tanto que chegou, em 1985, a ir falar com o papa pedindo para não ser transferido. "O papa (João Paulo II) me convidou para um café da manhã. No final, ele tocou no meu ombro e disse: o pastor é modelo do rebanho. Até hoje o modelo do rebanho se chamava Helder Camara. De hoje em diante, é José Cardoso".
O arcebispo é considerado da ala conservadora, apesar de não aceitar o título, e já tomou atitudes polêmicas. No final da missa, dom José agradeceu a pessoas importantes na sua vida religiosa. Questionado como se sentia após a missa, respondeu sorrindo: "Não se pode descrever. Eu desejo que todos tenham algum dia emoção tão profunda".
O destino da carta é a nunciatura apostólica, uma espécie de embaixada do Vaticano, que fica em Brasília. De lá, o documento seguirá para Roma. A palavra final é do papa Bento 16. Ainda não se sabe se a renúncia será aceita de imediato, nem quando e quem irá substituir dom José na arquidiocese. "Dom Helder Camara também renunciou ao completar 75 anos, no dia 7 de fevereiro de 1984. Mas a renúncia dele só foi aceita um ano e três meses depois. Só perco o título quando chegar a resposta", explicou.
O arcebispo até pode sugerir um nome, mas a opinião dele tem peso igual às dos bispos e padres que serão consultados no processo de escolha do seu sucessor. Ao final, uma lista tríplice será formada e enviada para Roma. A única coisa que o arcebispo disse ter certeza é que, após a renúncia ser aceita, não ficará na área que compõe a arquidiocese de Olinda e Recife, formada por 20 municípios. "Quero que meu sucessor encontre caminho livre para escolher seu estilo", garantiu. Dom José falou que pode escolher morar em qualquer convento da Ordem Carmelita do mundo.
No domingo, o arcebispo comemorou o aniversário antecipadamente com a família reunida em um almoço. Ontem, dom José parecia tranqüilo. Com sorriso no rosto, conversou com fiéis e amigos que compareceram à Cúria para a missa de ação de graças que ele mesmo presidiu. Até brincou. Quando questionado sobre quando escreveu a carta-renúncia, disse que não precisava de muito tempo. Que bastavam 15 minutinhos.
Se esse é o momento dele se afastar? Dom José disse que tem convicção que sim. "A lei é feita para o bem da Igreja", disse. O arcebispo não quis avaliar os 23 anos que está à frente da arquidiocese. Antes de vir para o Recife, dom José era bispo em Paracatu, Minas Gerais, de onde não queria sair. Tanto que chegou, em 1985, a ir falar com o papa pedindo para não ser transferido. "O papa (João Paulo II) me convidou para um café da manhã. No final, ele tocou no meu ombro e disse: o pastor é modelo do rebanho. Até hoje o modelo do rebanho se chamava Helder Camara. De hoje em diante, é José Cardoso".
O arcebispo é considerado da ala conservadora, apesar de não aceitar o título, e já tomou atitudes polêmicas. No final da missa, dom José agradeceu a pessoas importantes na sua vida religiosa. Questionado como se sentia após a missa, respondeu sorrindo: "Não se pode descrever. Eu desejo que todos tenham algum dia emoção tão profunda".
